post# 38 Fatiotas novas ou in & out para 2023

Olá a todos, espero que se encontrem bem ou pelo menos refeitos do Natal e da passagem para o novo calendário. Começamos o ano, a ler o que os gurus nos dizem ano após sobre o que será ou não a tendência dos casais para a sua grande festa. Acabo sempre estas leituras a pensar quem é afinal o “fazedor” destes padrões estéticos que se irão repetir não só ao longo do ano mas (oh meu Deus!) ao longo de anos. Serão os Noivos que olhando para longe, assimilam a referência como “o modelo certo” ou, são os profissionais que copiando esse modelo não deixam espaço para que outras referências nasçam e se tornem alternativas a considerar. Ainda não encontrei respostas sobre este assunto e como sempre, pouca gente interessada do sector tem uma opinião sobre o assunto. A propósito podem consultar aqui um artigo muito interessante sobre este tema. Vale a pena arejar o pensamento.

E falando na nossa realidade particular e como assimilamos cegamente as ditas. Podemos enumerar algumas que parece que aterraram e daqui nunca mais sairam. Aqui vão elas:

  • a paleta verde e branco. Não sei se é falta de imaginação ou se somos um colectivo de gente que não equaciona outras cores;

  • os paninhos em curvas sinuosas que percorrem as mesas, Sim dão um ar diferente e serve bem de base a todos os outros elementos decorativos, mas já são datados, aborrecidos e já nem cumprem o seu objectivo inicial;

  • a onda das flores secas, desidratadas e mal cheirosas sobretudo. Este fenómeno tem perdido um pouco de tração, mas keep calm, asseguro que as iremos ainda ver mais uns anitos por cá;

  • e ainda falando de flores… como bem sabemos, não há Planeta B e até ver não haverá. Mas o que há são montanhas de flores vindas de longe, criadas em estufas poluentes e que geram quantidades de lixo que nunca mais acaba. È surpreendente como esta questão parece passar despercebida ao sector em nome do modelo estético a replicar;

  • e para terminar o tema das flores, para quando pudemos olhar para um bouquet como um objecto bonito, etéreo e harmonioso e não um pequeno catálogo de várias espécies. Less is more mas por aqui ainda torcemos o nariz;

Se quiserem podemos continuar a falar sobre este assunto, e se quiserem saber mais sobre isto leiam aqui e aqui as opiniões dos gurus.

Até breve e continuem a ter umas entradas fantásticas.

Bisou

post#37 o último post

Foi em Outubro de 2021, o Instagram tinha caído e ficámos orfãos da nossa vida durante algumas horas. Foi o grande pânico nas hostes, equacionamos tudo: onde devíamos estar, o que devíamos fazer para nos libertarmos do que nos faz mal, onde era (ou devia ser) a nossa casa e da qual devíamos cuidar com atenção e carinho.

Mas foi uma mera reação, o IG acordou no dia seguinte e tudo voltou à rotina, aos dias do scroll, da visão sem sentido com que iniciamos e acabamos os nossos dias.

Num ano muito aconteceu. O mundo não acabou, mas mudou! Este ano trouxe-nos o maior desafio que podemos enfrentar. A guerra acabou com a ordem da vida tal como a vivíamos. O efeito guerra obriga-nos a pensar diariamente, como temos que contornar, adaptar ou inventar, a nossa nova realidade. E neste estado de espírito estamos.

Admiro as pessoas que olham para tudo isto sem qualquer emoção, como se vivessem noutro planeta. Mas também admiro as que olham para este ano terrível como um tempo de oportunidades. Estou a aprender muito com tudo isto. Não gosto, mas aprendo e é bom.

E chegámos ao fim da época dos casamentos, mais uma. A transformação da pandemia para a não pandemia é avassaladora. Da fome passámos para a excessiva abundância. E foi toda uma época de tudo ou nada. Ambas as partes foram a jogo sem preparação e o minuto a minuto da coisa foi brutal. Sem ritmos, sem análise, sem prioridades. Foram meses imparáveis, não houve espaço para mais nada. Ganhar o máximo, aproveitar a oportunidade sem descanso foi o cenário de guerra.

E agora vamos voltar ao desmame da época. Da hiper actividade vamos entrar na hibernação.

O panorama nacional deste sector é cada vez mais neutro e sem capacidade de renovação ou inovação. Há mais gente nova no negócio, mas a oferta nem por isso se apresenta mais criativa. Todos fazem o mesmo, a oferta é uma cópia exacta do que o mercado americano ventila até à náusea. Estamos presos neste modelo obsoleto e como sempre achei, desfasado da nossa realidade de europeus que entendem a vida de outra maneira. La joie de vivre faz parte do nosso ADN. Os clientes estão reféns do IG.

Dos vestidos à decoração e às flores, tudo é formatizado, contido e sem “incorrecções” de estilo. Somos uns bons alunos, mas estamos a viver a vida dos outros. Não a nossa. Em termos colectivos estamos mais isolados, mais metidos na nossa concha e menos abertos ao diálogo tão necessário para o crescimento em ideias e troca de experiências.

Se o futuro do sector é isto, atrevo-me a dizer que esta época tornou-nos mais “ricos” no imediato, mas também nos tornou mais pobres.

E agora para nos rirmos um bocadinho.

O que mais vimos nesta época e que já era tempo de “destralharmos” do assunto:

  • paleta de cores obsessivas,

  • convites sem personalidade e por amor da santa, acabem com os lacres já! temos tantos talentos por aí e o resultado é sempre o mesmo?

  • excesso de flores, afinal somos a favor do ambiente ou contra? temos que escolher de que lado estamos da barricada. Ver a rapaziada mais nova entrar de olhos fechados nisto, deixa-me a hiper ventilar. Mesmo que digam que tudo é free foam… a hipocrisia não é boa para o planeta malta!

  • o estilo palaciano… adoro! os estrangeiros devem pensar que parámos no século passado e ainda não descobrimos outra forma de decorar uma festa.

  • iluminação excessiva. O Natal parece que veio para ficar nos casamentos. Seja ao ar livre ou indoor é carregar na factura. As empresas agradecem claro, mas o charme natural dos espaços perde. Quem é que pensa nisto?

  • queremos todos entradas espectaculares da igreja mas as selvas aumentam diariamente. Há um frenesim em mascarar o património que dói.

  • bouquets de flores secas ou catalogo de espécies: algo tem que mudar. Sabemos que todas as Noivas vão ao Pinterest porque não dá trabalho nenhum, é só apontar e zás. Mas compete ao profissional encontrar o “ponto de caramelo” e não deixar queimar o açúcar :). E o açúcar acaba sempre por se queimar, porque a imagem que se quer para o IG é mortífera.

  • clonagem desenfreada. O IG é terrível naquilo que se vê de maquilhagem das Noivas. Parecem-me todas iguais. O efeito Kardishian parece ter tomado conta da cena, totalmente :(

  • Noivas xoninhas ou Noivas temáticas: é tudo o que mais vimos estes meses. O padrão é tão sem sal sem personalidade que retira completamente, o foco da Noiva. Meninas, pensem no assunto. Deixem de lado o que tem que ser, pensem no que querem no que vos representa. Se se sentem confortáveis com uma saia e uma camisa peçam ao vosso designer que vos façam o conjunto mais sofisticado do universo. Não é uma questão de dinheiro é uma questão de respeito pelo vosso estilo.

E por hoje ficamo-nos por aqui. Não sei se é uma volta ao diálogo com consistência ou não, o futuro o dirá.

Fiquem bem.

Bisou


post #34 novidades

Olá a todos !

Prometi na última conversa, que teríamos algumas novidades para anunciar mas neste inferno de tudo em modo apresado, confesso que prefiro o modo conta-gotas. Então hoje desvelamos a primeira.

Outubro vai arrancar com nova formação online. A nossa formação para wedding planner’s do futuro, decorreu entre Abril e início de Julho e o balanço é muito positivo. Encontramos gente verdadeiramente interessada em saber mais, aprender de forma prática e ainda mais relevante, aprender com a experiência. Tivemos um grupo interessante e até surpreendente: gente que não sabe se quer mesmo ser wedding planner, mas tem muita curiosidade sobre a actividade, quem já trabalha no sector e está num momento de evolução na prestação do serviço e por fim, um ou outro caso, quem quer mudar de vida e procura um caminho. Em qualquer dos casos, estamos a falar de adquirir conhecimentos para MUDAR ou MELHORAR. Parecem-me razões importantes para um início mais preparado e qualitativo ou, uma aposta contínua na sua preparação, ambas são relevantes e contribuem seguramente, para um sector mais bem preparado, mais profissional e menos amador.

#NÃO BASTA GOSTAR - APRENDER É ESSENCIAL - é o lema da nossa formação e quem desvaloriza a conhecimento, a aprendizagem contínua e o saber mais, são habitualmente, os pára-quedistas do sector. Começam hoje, ligam o botão da conta de IG, Fb ou (mais sofisticados) do site e só tratam de “negócios” em mensagens através do WhatsApp. Sabemos todos bem como isto enfraquece o sector: atraindo clientela oportunista, esmagando preços e criando um ambiente de falta de competitividade entre players. É o caminho sempre a descer.

Acreditamos na diferença pelo conhecimento, sobretudo no que diz respeito a boas práticas e a formação que tenho visto despontar é salutar e espero que dê a devida relevância a este factor para não só ensinar o caminho das pedras mas também como saber trabalhar com ética e com a cabeça levantada, à vista de Todos. Caso não gostem d’ #onossométodo, nos últimos dias tomei nota do aparecimento de mais uma ou duas ofertas nesta área do planeamento. Portanto, começa a haver escolha e preços diferentes certamente, o que é bom.

Por último, a nossa formação arrancará em Outubro com novo modelo. Não encolhemos os temas e no essencial mantém uma abordagem a 360º das actividades dum wedding planner e como abordar no essencial o seu negócio. Para alargar a escolha e permitir uma compra mais confortável, segmentamos o programa em vários módulos. Continuará a ser uma formação online com um máximo por sessão de 4 pessoas. Os horários são laborais em sessões de manhã ou à tarde.

E por hoje a novidade é o regresso às aulas, fiquem bem e qualquer dúvida estamos por aqui.

Bisou xx

Mª João

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post #33 o Setembro chegou

Estamos no mês do vale tudo, na recta final do bom tempo, e a casar depressa antes que o bicho nos pregue mais alguma partida desagradável.

Não encontrei ninguém descontente e muito menos apreensiva com o futuro (disto tudo) o que me deixa algo surpreendida. Será que a pandemia é caso arrumado e tudo voltou ao que era? Pelos vistos o slogan do “vamos ficar todos bem” funcionou! ora ainda bem, se calhar terei que dar mais importância a estas cenas….

Então vamos lá ao balanço, para em 2022 voltarmos a rever o filme e constatarmos o que fizemos de melhor ou pior.

  • espaços: de forma geral, cumpriram as normas da querida DGS. O número de convidados por mesa foi seguido e de forma geral, todos os protocolos exigidos foram no sentido da segurança de todos. Ás vezes somos mesmo certinhos :)

  • os Noivos: houve claramente dois grupos, os NADA interessados em condições de segurança e outro grupo mais CONSCIENTE . A conclusão (minha é claro) é rápida e fácil de atingir: temos dois tipos de clientela, os mais novos e menos dotados de conhecimento que casam para e com o IG e os outros que querem um casamento mais normal digamos. A diferença genericamente acaba aqui.

  • passamos a ter um horário de encerramento da festa. Sim isso mesmo, pode não ter sido assimilado de norte a sul do país da mesma maneira, mas é um facto que se fala à boca pequena e que mais cedo ou mais tarde fará o seu caminho. Festas até o cliente quise cair para o lado podem estar em causa no futuro. Parece que (finalmente) descobrimos que o tempo custa dinheiro, esforço e recursos.

  • preços: face às consultas e trabalhos encomendados a terceiros, não vou dizer de modo algum que subiram. O que devemos talvez pensar é que se pagava mal a uns e excessivamente a outros. Mas o mercado é mesmo assim cheio de altos e baixos. Tendo em conta que trabalhamos sempre de costas voltadas uns para os outros é normal nunca sabermos onde nos situar e assim irá continuar. Não sabemos operar doutra maneira, no mundo global ainda acreditamos no segredo do negócio e pouco na meritocracia e diferença.

  • profissionais do sector: face à pressão de casar tudo ao mesmo tempo, a resiliência dos profissionais é de louvar. Mesmo a procura excedendo a oferta, a capacidade de resposta é sempre boa, o que quer dizer que existe mais gente capacitada, organizada e consistente naquilo que faz. É pena ainda se ver alguma confusão na oferta dos serviços, i.e. negócios de convites que oferecem serviços de flores, caterings que são também wedding planner e floristas que são decoradores. É pena que esta situação ainda aconteça, sabemos que construir um negócio não é fácil mas neste zona de sombras, só ganha o cliente. Ter dois serviços pelo preço de um é canja! Se somos maus educadores? Sim somos! mas somos óptimos a dar tiros nos pés e então????

  • networking: ressuscitaram as ofertas destas reuniões. Esperava que a pandemia trouxesse ao sector mais ar, transparência, colectividade e conhecimento, mas parece que não. Portanto o bicho não afectou o negócio da venda de pequenos-almoços e troca de cartões de visita. Ainda um dia terei que tentar compreender isto.

E é este o nosso balanço, se há mais coisas para dizer? sim há mas vamos entrar numa nova época e só começou agora.

Fiquem bem e vemo-nos a partir de agora ao domingo. Se calhar o algoritmo dirá que não é o dia indicado mas quem é que liga a essa entidade divina?

Bisou

Mª João

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