estamos confusos ou é mesmo assim ?

Não sei se por ignorância ou por desconhecimento absoluto, diariamente, os media transmitem-nos informação, irrelevante, descuidada e muito pouco transparente. Vejo com espanto, algumas dessas,  também serem vinculadas por profissionais desta pequena indústria. Em ambos os casos, o resultado é simplesmente mau. Primeiro porque não contribui para um mercado transparente e equitativo. Segundo porque passa ideias erradas aos clientes, indiciando na maioria dos casos, que quase tudo pode ser obtido por custo zero. Vejamos algumas dessas opiniões. 

  1. depois da cerimónia podemos sempre aproveitar as flores para as mesas - Sim podemos, mas para as mesas ? A confusão desta opinião é muito curiosa. Primeiro porque habitualmente as flores da cerimónia não são iguais às das mesas. Segundo, porque na maior parte das vezes, após a montagem estar efectuada, não há tempo útil para fazermos mudanças de materiais de um lado para outro. Poderia indicar ainda uma terceira razão, diz o bom senso que à frente dos convidados não devemos andar a mudar a casa, mas é uma mera opinião;
  2. decorar a igreja com elementos que não sejam flores - se alguém já tentou decorar uma igreja, sabe com certeza, que é um caso sério. Desde o local onde queremos instalar as flores, até o horário em que o podemos fazer e o que podemos ou não deixar, não digo que seja complicado ... é o que é!  na Igreja manda o Senhor Padre e há todo um formalismo que devemos respeitar;
  3. é sempre possível poupar ! - estamos de acordo e sempre que possível, podemos primar por escolhas inteligentes. O razoável é investir bem em pouco, e evitar a quantidade. Mas isso é, e só pode ser, uma decisão do cliente. Compete aos profissionais procurar e apresentar a melhor opção. Mas o que mais oiço são frases no ar, se é para falarmos claro, teremos que nos implicar no assunto, isto é opinar, darmos a nossa visão. É que poupar é uma situação simples, se não queremos gastar o que não temos, podemos sempre optar por : convidar menos pessoas, escolher uma ementa mais económica, contratar uma festa por um período mais curto, escolher um fotografo mais barato, escolher flores mais rústicas,  e etc, etc, etc, não podemos é apresentar gato por lebre, isso é que não;
  4. esta frase é dum portal e muito curiosa - sugere um jantar sem etiqueta para ser mais barato, sem etiqueta ? - esta pode ser a frase do ano. Seja um jantar sentado ou servido em buffet, o que determina essencialmente o custo per capita é a ementa em si. Se por acaso a etiqueta tenha a ver com o número de empregados de mesa, o valor pode baixar, mas é sempre um custo residual. Será que estão a pensar que os pratos depois de utilizados serão retirados pelos convidados ? Não tarda muito irão sugerir que cada um lave a sua loiça;

  5. negociar os descontos das wedding planner/organizador quando estes venderem todos os serviços - este conselho é também muito curioso e como todos os outros, causa ruído, confusão e forma a tal ideia errada sobre quase tudo. Admitimos que quem ventila estas frases sem conteúdo, não tenha argumentos para uma explicação clara sobre o assunto. Mas ainda mais interessante é constatar que são empresas que vendem exclusivamente, serviços de comunicação a passar este tipo de informação enviesada. Se não nos esquecermos, que estão a falar dos fornecedores de serviços de casamento, que pagam para anunciar na sua plataforma é bastante curioso ! Direi que é o cão a morder na mão do dono.

Para os noivos, clientes de primeira vez e que nada sabem do assunto, estas opiniões (e outras mais) são música para os seus ouvidos. Atrevo-me mesmo a dizer, que por este andar, um dia destes, ouviremos os tais falantes, dizerem-nos  que os noivos poderão negociar todo o casamento a custo zero, excepto ..... os seus próprios serviços, claro !

Como o tema é muito interessante, na próxima vez dedicaremos uma pequena missiva aos Noivos !