Há quem lhe chame casamentos íntimos ou micro. O micro não me parece o nome ideal, mas os íntimos sim. Gosto mesmo da designação e da ideia subjacente. Depois dos enormes casamentos, sabe bem voltar ao essencial, aquilo que verdadeiramente importa: a comunhão, os votos sentidos, a festa pensada para o divertimento espontâneo e feliz. Tudo o que se tinha perdido pelo caminho. Eu sei, que estão a pensar que coisa pequenas não tem importância para o negócio, que tudo se vai perder e vamos ficar de mãos vazias.
Acontece que tenho pensado muito no assunto, e gosto da associação projecto+serviço+lucro. Nos últimos tempos, felizmente, tenho recebido consultas para o 2021. E digo felizmente, porque mesmo com toda a incerteza que nos rodeia, sentimo-nos desorientados e quando olhamos para o número de convidados sentimos que nada é como dantes e que vamos trabalhar para aquecer.
Pois eu prefiro ver a oportunidade no problema. Sim… OPORTUNIDADE! Não há crise que não nos traga problema & oportunidade. Mesmo que vocês desse lado estejam a torcer o vosso bonito narizinho.
Então vamos pensar um bocadinho no assunto: menos convidados libertam o budget, para: menos mesas a decorar, menos refeições a pagar e menos aluguer de materiais, só para falarmos no essencial. Por outro lado, a verba não utilizada, vai permitir que os Noivos pensem na possibilidade de adquirir serviços ou produtos, que na outra normalidade, diriam não por falta de liquidez. Não podemos esquecer que catering e espaço comem (comiam) a grande fatia dos gastos.
Então o que está a acontecer verdadeiramente? na minha “teoria da conspiração” :) houve um terramoto enorme e agora… as placas estão em fase de adaptação. Ultrapassado o susto maior, estamos mais cuidadosos, mais wise e ainda bem, porque ganhamos todos (clientes e fornecedores).
O que não devemos mesmo, permitir que aconteça: baixar o fee dos serviços não é boa ideia. Temos menos pessoas a gerir mas o custo hora ou custo dia, deverá manter-se, porque o serviço a prestar não encolheu antes pelo contrário, exige ainda mais responsabilidade, expertise e tempo. Podemos estar sem o volume de trabalho que tínhamos, mas vender os serviços a preços baixos só para facturar, não me parece uma boa solução para o mercado. É claro que estou a falar de preços de acordo com o mercado, não estou a referir-me a preços especulativos e desajustados à realidade nacional. Devem saber do que estou a falar.
Por último e para vos espevitar para a discussão ou pensamento, tenho lido muito na imprensa internacional, um apelo ao não desconto. Para mim faz todo o sentido e para vocês? Claro que sabemos todos, que no curto prazo podemos estar a atravessar “a crise” das nossas vidas, mas o desconto aplicado sem sentido … pois não faz sentido e deixa-nos em maus lençois. Será uma falta de credibilidade comercial difícil de suportar.
Gostava de ouvir as vossas opiniões sobre o assunto. Vamos a isso?
Fiquem bem, cuidem-se e não desistam.
XoXo | Mª João
imagem | BASH PLEASE