uma relação difícil
Manter uma relação saudável, seja amorosa, entre amigos ou familiar, é uma aventura que sabemos ser uma tarefa algo difícil e que leva tempo a encontrar o caminho certo e que nos deixa confortável.
Hoje gostava de falar das relações cliente/fornecedor. Enquanto representante dos meus clientes, quando estou no papel de wedding planner, por vezes deparo-me os meus clientes dos quais sou representante, estranham certas situações, com as quais também fico de algum modo muito desconfortável. Sabemos que o mercado tem vindo a acolher novos serviços, novos produtos e novos parceiros. Até aqui nada contra, concorrência, novas ofertas e preços mais amigos, é tudo o que queremos. Os clientes ganham com isso, e quem já estava no mercado sente a necessidade dum são "refresh" que particularmente, acho muito motivador e salutar. Na verdade o problema começa a existir, quando os parceiros trabalham para si e não para o cliente - difícil de entender ? sim um pouco, eu chamo-lhe a falta de visão empresarial e muita imaturidade à mistura. Se existimos porque existem clientes, se são eles que pagam os serviços, e são portanto a nossa fonte de rendimento, trabalha-se para quem ? Se por acaso tropeçar num destes fornecedores, fuja dele, o perfil é quase sempre o mesmo :
- não tem número de telefone de contacto directo ;
- só atende/responde por email ;
- a "empresa" é demasiado informal, mas tem um nome enquanto actividade comercial muito interessante e apelativo,
- entende que o serviço ou produto que vende é "seu e só seu" mesmo que receba dinheiro pela sua venda, a cabeça do negócio acha-se dona do produto que vende ;
- mantem uma atitude arrogante e exigente face ao cliente ;
- demora a dar respostas mas exige uma adjudicação rápida.
se ainda se encontra na fase negocial, de alguns serviços, fique atento aos sinais, o mercado dos casamentos voltou a ser uma selva de tempos idos, as feras agora são é outras, mais instruídas, mais preparadas e com um aspecto mais civilizado.
quando pensar em gastar ou poupar ! o que não é a mesma coisa...
Na semana passada, falámos sobre opiniões e conselhos que nos deixam a pensar que tipo de ajuda se pretende dar aos Noivos. Pode ler ou rever aqui.
Hoje, falando ainda mais seriamente sobre o assunto, estou certa de que a confusão que os mídia projectam se reflecte, obrigatoriamente, no lado de quem consome. Porquê ? Porque, para os Noivos, o casamento obriga-os a pensar em situações que desconhecem por completo e a percepção de que casar é caro, leva-os a acreditar facilmente em falsas soluções de poupança.
Mas vamos a factos: todos fazemos parte do cenário/mercado: fornecedores, cliente e os mídia. Todos temos interesses diferentes e o cliente final também tem o seu. O cliente será tão melhor, quanto mais dominar a informação, mas para isso tem que ser selectivo, digerir e não engolir, não querer trilhar o caminho mais fácil e, por último, não querer surfar, a todo o custo, a onda do barato.
Casar é um acto legal que une em coração e face à lei, duas pessoas. Fazer uma festa para celebrar o casamento é um evento, e um evento é um projecto, envolve equipas alargadas, necessita de expertise e liderança. No seu todo, entenda-se todos os fornecedores envolvidos nas várias actividades, não é um grupo de pessoas que trabalha por divertimento, é uma profissão única para a maioria. Como podemos ter uma visão tão frívola do assunto ? Talvez as mensagens incorrectas nos tenham trazido até aqui, mas duma vez por todas, tratemos do assunto com a importância que tem.
Ora vejamos:
- sabemos que casar custa dinheiro, muito ou pouco, dependerá dos Noivos, o catering, a animação, o fotógrafo, a organização, etc. - tudo custa dinheiro! Mas estão à espera de quê ? Qualquer evento custa dinheiro! E custa porque tem matéria-prima e serviços, tem pessoal, tem logística, tem espaço e implica pagamento de impostos;
- sabemos que os Noivos querem uma festa após a cerimónia, e para isso, há que organizar, contratar, negociar e fechar contratos. Mas até chegarmos a esse momento, muito caminho tem que ser feito, desde a procura do espaço à ementa fantástica, passando por uma variedade imensa de outras tarefas. Encontrar a melhor relação preço/qualidade para todos os items, é onde reside o segredo. E o segredo é encontrar o melhor serviço que se adeque ao que cada um pode pagar. Para o total descanso dos Noivos, estes podem contratar um organizador ou... deitar mãos à obra e tomar conta do assunto.
- imaginando que não se sentem capazes de gerir este tipo de evento, decidem contratar quem o faça. Farão ideia das horas gastas só para a procura, contratação e organização? Pois sim, sei que não fazem. Entre 200-400 horas, tempo médio. Agora pensem nos custos associados a este tipo de função: deslocações (combustível, portagens, desgaste da viatura), custos de comunicação (telefone, internet), custos da estrutura (espaço de trabalho, assistente). Por último, o custo horário do profissional. Estamos a falar de trabalho de assessoria que implica horas de investigação, negociação e de tomada de decisões. A natureza deste ou outro evento implica uma enorme responsabilidade. Desvalorizar este tipo de trabalho é desvalorizar o evento em si mesmo. Só para terem uma ideia, um evento desta natureza, gasta em média entre 200-400 horas. Na semana antes do grande dia, as horas deixam de ser contabilizadas e no dia D, qualquer um dos fornecedores trabalha entre 10-12 horas seguidas.
- podem continuar a pensar que os custos são altos, mas a verdade é que o mercado tem hoje uma larga oferta. Têm a possibilidade de contratar de acordo com o que têm para gastar, nada nem ninguém obriga a gastar fortunas - o que não é possível, é querer tudo a custo zero ou quase. A diversidade de preços, oferta de serviços e produtos nunca foi tão grande, do preço mais económico ao mais alto, há todo o tipo de opções. A escolha é uma questão económica e de bom senso. Ou se tem dinheiro para o plano A ou só se tem para o plano B. A palavra "caro" não entra na equação.
- estarão a pensar que podem sempre poupar? Pois podem, mas entre poupar e não gastar é que reside a questão.
Vamos ao que podem deixar de gastar? Na roupa bonitinha, no fotógrafo, na animação, na organização e por aí fora. Só nestes exemplos, já terão deixado de gastar (não poupado) entre 4.500 - 6.000€. Mas isto não é poupar, é simplesmente decidir não ter uma festa para celebrar o casamento. Poupar é decidir se queremos tudo ou só algumas coisas. Se a decisão se inclina para um preço ou para outro. Mas quanto a isso, a decisão é vossa!
- querem organizar a vossa cerimónia sem festa, é possível e quase sem custos ? Sim, claro que sim ! Marcam a conservatória ou a Igreja, vão lá no dia, despacham o assunto e voltam para casa, casados. Quanto poderão gastar? Atrevo-me a dizer que ficará em qualquer coisa como 200-300€. Onde pouparam? Em lado nenhum! O estado cobrou a taxa de serviço, e a igreja, o valor da ocupação do espaço e o tempo do sacerdote. Tabelado e sem negociação, descontos ou uma atençãozinha.
- como cidadã e consumidora, também reconheço o direito a exigir preços correctos. Reconheço que existem alguns serviços que se "tabelaram" de comum acordo (a palavra certa seria cartel!), o que não ajuda a uma boa imagem dos profissionais em geral, mas volto a relembrar que a oferta é grande e de qualidade, e o poder de decisão está nas mãos de cada um.
- a exigência de preços baixos ou prestação de serviços quase a custo zero, não é o melhor caminho, tanto para clientes como para profissionais. Competirá a cada um zelar pelos seus interesses é certo, mas a actividade de fornecedores de serviços de casamentos não pode ficar no cenário extremista - inacessível ou baratinho. Os negócios só são consistentes e equilibrados quando são bons para ambas as partes. Só assim teremos bons profissionais, negócios sustentáveis e mercado interessante. Pode não querer exigir um contrato ou uma factura, a decisão é sua, mas quando não o faz, esta a contribuir para um mercado menos transparente e eficaz, mais dúbio, menos sério (e, se alguma coisa correr mal, menos seguro e sem garantias. Já pensou no investimento financeiro que está a fazer?). Mas em caso algum, devem ser os profissionais a pagar do seu bolso, as facturas da vossa festa.
Nota final - todos os preços indicados, são valores considerados médios.
estamos confusos ou é mesmo assim ?
Não sei se por ignorância ou por desconhecimento absoluto, diariamente, os media transmitem-nos informação, irrelevante, descuidada e muito pouco transparente. Vejo com espanto, algumas dessas, também serem vinculadas por profissionais desta pequena indústria. Em ambos os casos, o resultado é simplesmente mau. Primeiro porque não contribui para um mercado transparente e equitativo. Segundo porque passa ideias erradas aos clientes, indiciando na maioria dos casos, que quase tudo pode ser obtido por custo zero. Vejamos algumas dessas opiniões.
- depois da cerimónia podemos sempre aproveitar as flores para as mesas - Sim podemos, mas para as mesas ? A confusão desta opinião é muito curiosa. Primeiro porque habitualmente as flores da cerimónia não são iguais às das mesas. Segundo, porque na maior parte das vezes, após a montagem estar efectuada, não há tempo útil para fazermos mudanças de materiais de um lado para outro. Poderia indicar ainda uma terceira razão, diz o bom senso que à frente dos convidados não devemos andar a mudar a casa, mas é uma mera opinião;
- decorar a igreja com elementos que não sejam flores - se alguém já tentou decorar uma igreja, sabe com certeza, que é um caso sério. Desde o local onde queremos instalar as flores, até o horário em que o podemos fazer e o que podemos ou não deixar, não digo que seja complicado ... é o que é! na Igreja manda o Senhor Padre e há todo um formalismo que devemos respeitar;
- é sempre possível poupar ! - estamos de acordo e sempre que possível, podemos primar por escolhas inteligentes. O razoável é investir bem em pouco, e evitar a quantidade. Mas isso é, e só pode ser, uma decisão do cliente. Compete aos profissionais procurar e apresentar a melhor opção. Mas o que mais oiço são frases no ar, se é para falarmos claro, teremos que nos implicar no assunto, isto é opinar, darmos a nossa visão. É que poupar é uma situação simples, se não queremos gastar o que não temos, podemos sempre optar por : convidar menos pessoas, escolher uma ementa mais económica, contratar uma festa por um período mais curto, escolher um fotografo mais barato, escolher flores mais rústicas, e etc, etc, etc, não podemos é apresentar gato por lebre, isso é que não;
esta frase é dum portal e muito curiosa - sugere um jantar sem etiqueta para ser mais barato, sem etiqueta ? - esta pode ser a frase do ano. Seja um jantar sentado ou servido em buffet, o que determina essencialmente o custo per capita é a ementa em si. Se por acaso a etiqueta tenha a ver com o número de empregados de mesa, o valor pode baixar, mas é sempre um custo residual. Será que estão a pensar que os pratos depois de utilizados serão retirados pelos convidados ? Não tarda muito irão sugerir que cada um lave a sua loiça;
- negociar os descontos das wedding planner/organizador quando estes venderem todos os serviços - este conselho é também muito curioso e como todos os outros, causa ruído, confusão e forma a tal ideia errada sobre quase tudo. Admitimos que quem ventila estas frases sem conteúdo, não tenha argumentos para uma explicação clara sobre o assunto. Mas ainda mais interessante é constatar que são empresas que vendem exclusivamente, serviços de comunicação a passar este tipo de informação enviesada. Se não nos esquecermos, que estão a falar dos fornecedores de serviços de casamento, que pagam para anunciar na sua plataforma é bastante curioso ! Direi que é o cão a morder na mão do dono.
Para os noivos, clientes de primeira vez e que nada sabem do assunto, estas opiniões (e outras mais) são música para os seus ouvidos. Atrevo-me mesmo a dizer, que por este andar, um dia destes, ouviremos os tais falantes, dizerem-nos que os noivos poderão negociar todo o casamento a custo zero, excepto ..... os seus próprios serviços, claro !
Como o tema é muito interessante, na próxima vez dedicaremos uma pequena missiva aos Noivos !
chegamos a 2017 !
é a primeira conversa do ano, a altura em que mantemos ainda viva e fresca, a memória dos planos, do que queremos, do que esperamos não aconteça e do que aguardamos com enorme expectativa, que seja um plano tornado realidade. Tal e qual como um casamento - sonho, expectativa e realidade.
Entre a nossa última conversa e hoje, algumas das ideias que esperavam o 2017, começam a ganhar corpo. Uma delas é um trabalho de equipa - algo que me deixa sempre muito motivada. Trabalhar com gente do ramo é sempre desafiante e muito divertido. Acho que reunimos um grupo muito engraçado, dinâmico e cheio de boas ideias. Por agora não posso revelar muito mais, mas estou certa que vocês vão ADORAR !
Outra novidade, novinha em folha, é que finalmente vamos colaborar com os Noivos num outro registo. Ainda mais perto, mais cara a cara e ensinando como chegar ao dia do casamento frescos e seguros. Como wedding planner, a nossa já longa experiência, tem-nos ensinado que apesar de toda a imensa informação excessiva e ruidosa, os noivos tem cada vez mais, dificuldade em atravessar de forma tranquila e segura, o período das escolhas. Iremos demonstrar de forma simples e eficaz, que para se ter a FESTA bonita e cheia de emoção, com que sempre se sonhou, não é necessário muito. Escolher o melhor fornecedor, as melhores flores e o espaço que se quer não é tarefa impossível. No final de cada workshop, chamemos-lhe assim por agora, terá uma agenda farta em DICAS e CONSELHOS inteligentes. Porque conhecemos por dentro este negócio, sabemos que apesar de toda a melhoria da oferta, nem sempre a qualidade da prestação dos serviços tem acompanhado este crescimento. E os efeitos nem sempre positivos, refletem-se tanto nos parceiros do ramo como nos clientes - os Noivos. Vamos trabalhar informação valiosa, acrescentar valor aos profissionais e tornar tudo ainda mais transparente, para o cliente em geral. Apontar caminhos para se obter a preço JUSTO, o melhor SERVIÇO. Como vêm o ano está a começar muito BEM ! Vamos a isto ? e não se esqueçam de ter um FANTÁSTICO 2017.