post #8 vamos passar neste teste ?

Não vale a pena pensar, que no amanhã (seja ele qual for) ligamos o botão e tudo estará igual. Atravessamos uma enorme tempestade, e temos que pensar como sair dela da melhor forma.

Agora mesmo, olhando para o nosso pequeno universo, não posso deixar de pensar nos nossos pontos mais críticos e que são transversais.

  • somos pequenos negócios, MICRO mesmo e por isso, quando os ventos são fortes (que é o caso), os nossos edifícios abanam muito mais.

  • não criamos estruturas representativas e de apoio: NADA de NADA! em futuro próximo, deveremos prestar atenção a estas duas actividades que tem uma organização pensada (também) para os maus momentos: restauração/caterings bem como as empresas de eventos, organizaram-se em tempo devido e criaram associações musculadas e operativas. Curioso que são também as mais fortes do mercado em termos financeiros e com maiores encargos. PARA PENSAR !

  • funcionamos em micro bolhas também, no que diz respeito à nossa actividade e sempre na DEFESA do nosso negócio. O mesmo fotografo, a mesma florista, o mesmo Dj, etc, etc., prevalece a “simpatia” sobre a meritocracia. Tudo ainda é muito pessoal e pouco profissional.

  • por último: muitos de nós, não tem verdadeiramente negócio algum, mas sim uma actividade marginal, i.e. não são COLECTADOS, não FACTURAM e não pagam IMPOSTOS. Agora que chegou a hora do aperto, se não existe cobertura para os mais responsáveis imaginem para estes.

Identificados os pontos negros, vamos ao que podemos fazer por nós e por TODOS. Mas antes … uma declaração de intenções: são meras considerações que tenho feito nos últimos dias, não são conselhos, são frutos da minha experiência doutros estados de crise e de trocas de “pensamentos” com outros profissionais que também estão a “matutar” sobre o day after e o futuro em geral. Caso queira juntar-se, neste momento tudo é importante e as melhor soluções habitualmente surgem da partilha de ideias.

  1. manter-nos activos e não cortar o canal de comunicação com os nossos clientes.

  2. pensar em alternativas: novas ofertas de serviços, estrutura de preços, organização da prestação dos serviços e porque não? manter ou redesenhar o(s) serviço(s).

  3. aproveitar para estabelecer contactos profissionais mais qualitativos e abrangentes com o mercado.

  4. com algum tempo livre, estudar o cliente-alvo. Mapear as necessidades actuais e futuras.

  5. quando a situação mudar, muita coisa terá perdido relevância mas outras surgirão. Estou a fazer um quadro, a que chamei, “o que poderá mudar”. Comece a pensar no seu. Prepare-se para novos pedidos, novas maneiras de trabalhar etc.

Pensei em 10 pontos para “matutar”, em breve falaremos dos outros 5.

Cuidem-se e mantenham-se motivados.

XoXo | Mª João

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post #7 isolamento social

Tal como vocês, estou a atravessar a minha quarentena defensiva e espero que não se sintam deprimidos, aborrecidos ou desorientados. Lembrem-se que neste momento, milhões de pessoas estão tal como nós, a viver este episódio tão desconcertante e perigoso das nossas vidas. Agora que temos outra forma de vida, temos que nos adaptar. Criar novas maneiras de viver o nosso dia-a-dia, gerir o tempo (que pensávamos) que não tínhamos e comunicar entre nós.

Adaptar, resistir e manter a mente saudável, penso ser fundamental para atravessar estes tempos tão difíceis. E para não nos sentirmos engolidos pela situação, manter o humor em bons níveis é fundamental para a nossa sanidade mental ! Assim, e porque alguns estarão em teletrabalho pela primeira vez, aqui vão algumas dicas de quem vive essa realidade há muitooooo tempo.

  • não adoptem o zombie look - o duche da manhã e um fit agradável e confortável é importante para nos sentirmos bonitos e bem dispostos;

  • quando o Skype tocar, não quererão ser apanhados despenteados e com aquele ar ensonado certo ? a mim já me aconteceu !

  • podemos estar em calças de pijama e chinelinho no pé, mas tudo o que está acima da barriguinha, deve oferecer um ar fresco e pronto para a acção. Se já passaram por aquela situação, do écran lhes devolver um rosto cheio de olheiras até ao chão, desta vez não se distraiam;

  • adoptem um horário de trabalho, o Skype é óptimo para continuarmos em contacto com a clientela mas com regras. Não se deixe invadir pela facilidade do contacto.

  • agendar tarefas ajuda a ter um plano equilibrado e fazível. Nada de querer fazer tudo e acabar frustrado porque não se terminou nada. Calma … estamos a aprender muita coisa e a mudança foi drástica;

  • agora só para as meninas. Se é daquelas que não prescinde (e bem) do seu batom e do seu perfume diário, não é tempo de deixar esta rotina. Durante a 2ª Guerra Mundial, era um produto de eleição, mesmo que não houvesse dinheiro para meias ou para comer. Agora que nos confrontamos com a nossa guerra bacteorológica, vamos manter-nos no nosso melhor;

  • aproveitem para dormir mais, pensar com tempo e para os que são barra no assunto, respirar melhor e meditar. Eu ainda não pratico os últimos dois, mas vou pensar seriamente no assunto.

Porque vamos continuar o nosso isolamento social, caso queiram acrescentar as vossas dicas fiquem à vontade, mais do que nunca, precisamos uns dos outros e estamos ligados para o bem e para o mal, como bem estamos a ver.

Fiquem bem, cuidem-se, sejam fortes e ficamos de encontro marcado para breve.

Mª João

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post #5 fortes como uma rocha

Tudo apontava para que o início da época iria ser de felicidade e abundância, mas parece que de repente, tudo se virou de pernas para o ar. Estamos perplexos, assustados e sem saber muito bem o que pensar quanto ao nosso futuro.

Estamos preocupados com tudo e também com o nosso negócio. E bem nos devemos preocupar - sem dramas, mas tendo consciência de que algo nas nossas vidas mesmo que temporariamente, irá mudar.

Aqueles que tem o seu negócio assente essencialmente, nos destination weddings, têm razão para isso. Mesmo que as restrições a viajar não se tornem drásticas de todo, o clima de confiança está desde já comprometido. A quebra por muito pequena que seja, terá sempre impacto no nosso pequeno mercado e sobretudo, nas nossas muito micro empresas que pela sua natureza, têm maiores dificuldades em resistir a épocas de recessão.

Mas serão só os casamentos de estrangeiros que estarão em causa ? Cremos que não. À semelhança dos outros mas por razões bem diferentes e locais, é provável que os casamentos nacionais sofram também, com o assunto. Talvez com uma taxa de desistência menor mas, mesmo assim, deveremos contar com algumas desistências ou, constrangimentos doutra natureza. Dependendo do comportamento da epidemia, e do evoluir da situação mundial, deveremos esperar e prepararmo-nos, para um crescimento menor no sector. Isto é a realidade actual e que nos escapa ao controlo, o que deveremos pensar de tudo isto?

Muito mais que entrarmos em depressão, devemos aproveitar este tempo para aprender. A sermos mais resilientes antes de tudo. Estudar o nosso negócio, as suas dependências e aquilo a que podemos chamar, os nossos pontos críticos. Este é o trabalho que cada um pode fazer no curto prazo e enquanto o maldito vírus não nos largar. Mas também podemos aproveitar o tempo para reequacionar como nos relacionamos uns com os outros. Mais uma vez, teremos os mesmos problemas e seremos postos perante situações novas, para as quais ainda não temos a sábia solução. São estes desafios, que cada um de nós irá enfrentar sozinhos e desprotegidos (como sempre), e que se tornaram gigantescos. O dialogo entre pares será sempre a melhor solução. Não se trata de pormos a nú o negócio de cada um, trata-se de cultivarmos soluções, maneiras de dar a volta às dificuldades, de ouvirmos problemas idênticos aos nossos e como cada um encontrou a SOLUÇÃO. Tempos difíceis exigem medidas extremas, mente aberta e um pouco de espírito colectivo. Tudo o que ajuda a criar um mercado forte, profissionais que se comprometem e um conhecimento transversal e democrático. Vamos ouvir, contar a nossa estória e procurar juntos grandes soluções. Este é mais um desafio da grande globalização e devemos estar à altura do momento.

Cuidem-se e muitos

XoXo’s | Mª João

imagem | Gustavo Simões Photographer

imagem | Gustavo Simões Photographer

que profissionais vamos ter que ser em 2019 ?

Por estes dias, a Liene Stevens escreveu um artigo interessantíssimo sobre a indústria do casamento nos EU. Como sempre, li atentamente pois se reconheço que há quem sabe disto a Liesen é essa pessoa. Nem sempre concordo com tudo, mas em termos gerais, a Liene é uma analista de mão cheia e conhecerá como ninguém, tudo o que se passa no grande mercado americano, são dela os melhores indicadores do momento sobre as actividades ou sub sectores ligados à indústria do casamento e a visão desta senhora tem um alcance verdadeiramente global.

Se se quiserem dar ao trabalho de ir ler aqui todo o artigo, terão a oportunidade de poderem olhar para um mercado cheio de camadas e de problemas que mudam à velocidade de vento ciclónico.

À semelhança dos EU, a geração mais nova exige-nos pensar e repensar, sobre tudo o que andamos por aqui a fazer - i.e. estratégia, oferta e qual o marketing acertado para captarmos a sua atenção. Mas parece uma batalha não ganha. Quando acabamos de por em marcha a nossa melhor estratégia digital, constatamos que já não é a indicada e corremos de modelo em modelo esquecendo pelo caminho o mais importante. O que queremos ser e como.

Então que profissionais vamos ter que ser em 2019 ? achamos que é esta é a questão principal. Citando a nossa sábia menina, o marketing digital que tanto suamos para implementar já foi, saltamos das campanhas do Facebook para o Instagram, alindamos os nossos sites, escolhemos as melhores imagens, fazemos descrições fabulásticas dos nossos melhores trabalhos e chegamos ao fim com nada na mão.

Estaremos a compreender o cliente ? estaremos a ver com atenção o que se passa à nossa volta ? como diz a Liene, podemos não gostar de política mas estaremos atentos ao que se passa na aldeia ? escutaremos com atenção as mudanças e o que ouvimos diariamente ?

Certamente estarão a pensar o que é que isso tem a ver com o nosso negócio, pois tal como diz a Liene, mas tem tudo a ver. As mudanças são o resultado do somatório de tudo. Podemos seguir as tendências estéticas mas se não estivermos atentos à economia, ao nosso target e ao que os nossos clientes andam à procura nem o melhor marketing digital nos irá servir para o que for.

Para que não fiquem a pensar que estes cinco minutos de leitura não serviram para nada, deixo-vos com algumas ideias que são fruto do que pensamos, do muito que lemos sobre o assunto e de muito dialogo que mantemos com gente que olha para o negócio de forma séria, objectiva e consistente.

  • mantenha-se atento às mudanças. Sejam elas quais forem, serão a médio prazo um factor influenciador do seu negocio,

  • não trabalhe para amanhã, trabalhe para o médio prazo,

  • também gosto de andar um pouco ao sabor da intuição, mas ter um plano B é obrigatório,

  • não se encha de ansiedade se o plano não der logo resultados, os negócio necessitam de tempo e a consistência ou resiliência é um óptimo exercício que nos torna mais fortes,

  • não compare o seu negócio com os outros, o seu negócio é “o seu negócio”, é o projecto que pensou, a ideia é sua e ser for para o buraco, a responsabilidade bem como a vitória será sempre sua,

  • escolha com critério a montra do seu negócio, não ceda à mesquinhez da borla. Se quer clientes que paguem o valor real dos seus serviços precisa de passar uma imagem de acordo com o target que quer atingir,

  • saia de casa, abra-se para o mundo, um bom empresário fala com outros. Não precisa ser “amiguinho de todos” só precisa de “open mind”, estamos todos no mesmo barco, com as mesmas dificuldades e com os mesmas ansiedades,

  • talvez não goste de falar ao telefone mas acredite que há clientes que também não gostam de escrever mail’s. Actualize e incremente, os seus dados de contacto. Ter um negócio obriga a falar com os potenciais clientes e vai ver que só custa as primeiras vezes. Seja assertivo, simpático e responda q.b.,

  • seguindo o conselho certeiro da Liene, cuide da sua casa (site) e deixe para trás a ansiedade de ser publicado na casa dos outros, a menos que o faça na plataforma onde se sente representado condignamente. Aí está a pagar para isso portanto não despreze essa ferramenta,

  • mantenha as suas economias saudáveis. Ao longo dos próximos doze meses, amealhe para um novo projecto. Pode ser um novo, site, novo logo ou uns cartões de visita ainda mais maravilhosos. Mas também uma formação específica que irá enriquecer a sua actividade,

  • menos social mídia e mais leituras no novo ano. Pelo menos uma vez por semana, reserve algum do seu tempo, para ler acerca do seu negócio ou equiparado. Conheça novas experiências profissionais, testemunhos e temas ligados à sua actividade. Mesmo aqueles manuais de “Gestão para Tótós” acabam por nos ensinar alguma coisa. Desprenda-se um pouco da obsessão pela vida dos outros. Ganhe tempo para si e para os seus.

  • seja um visionário aplicado. Imagine onde vai querer estar (e como) no próximo ano. Desenhe o projecto na sua cabeça, experimente fazer um business plan, pense no cliente alvo e divirta-se a ver crescer a ideia na sua cabeça. Se lhe der prazer já é um projecto ganhador.

Tenha um bom ano e obrigado pela sua visita. Se quiser deixar-nos um comentário ou falar-nos sobre este, ou outro assunto fique à vontade.

Até breve !

de Noiva para Noiva, o grande final

faz tempo que não abríamos as janelas da nossa casa ! a época deste ano foi comprida, quente, muito trabalhosa e cheia de imprevistos, mas aqui estamos. Teremos algumas novidades em breve para contar, mas por agora, fechemos o ciclo (não o último casamento) com a noiva Joana com quem atravessamos o tórrido Verão, e que nos foi contando a sua aventura de organizar o seu casamento. Se ainda se lembram, a Joana é jornalista, apaixonadíssima pelo Hugo (jóia) e controlo dependente :) mas … curiosamente também muito aventureira, mas leiam o seu grande final e depois visitem o IG e vejam como no fim tudo se encaixa num perfeito exercício de fé e grande vontade.

….

Olá a todos,

Escrevo-vos com uma sensação de vazio absoluto. Falta-me qualquer coisa, os dias são diferentes, não que sejam menos prazerosos, mas falta lá qualquer coisa. Ter-me dedicado quase em exclusivo à preparação e organização do meu casamento faz-me agora sentir que me falta todos os dias qualquer coisa. Alguém a quem ligar, um pagamento para actualizar, um e-mail urgente para enviar…

Mas desenganem-se, porque aquilo que hoje sinto que “perdi” fez-me ganhar o dia mais feliz da minha vida. O que sonhei desde os tempos em que casava as minhas barbies. O que sonhei desde os tempos em que devorava os vídeos da Disney ainda em cassete vhs.

Fui até ao final uma noiva descontraída porque sempre tive tudo bem calculado, portanto não havia margem para grandes surpresas ou desvios. Mas no final de férias, em Julho, em conversa com a minha irmã, pensei o seguinte: “e se eu casasse ao ar livre e aproveitasse o espaço exterior do hotel que é lindo?”

Nunca esta hipótese tinha sido pensada, nem por mim, nem pela Maria João, nem pelo hotel, no fundo, por ninguém. Liguei de imediato ao Hugo que na altura não estava comigo e oiço do outro lado do telefone: “sim, seria espectacular, mas não ponhas já essa ideia da cabeça porque não fazes ideia de como estará o tempo.” Claro que ele já me conhece e claro que ele já sabia que eu já tinha decidido mudar tudo: íamos mesmo casar ao ar livre. Estávamos no final de Julho, e eu sentia-me a sair completamente da minha zona de conforto. Eu, Joana, a noiva controladora, a antecipada por natureza, a que não funciona bem sob pressão, tinha decidido casar ao ar livre, desafiando todas as leis da natureza e das apps do estado do tempo.

Assim que falei desta ideia com a Maria João percebi que ela tinha o mesmo desejo que eu. No hotel havia mais receio por causa da comida e do facto do pateo exterior ser uma zona mais ventosa. Rapidamente encontrámos alternativas na semana do casamento em que as temperaturas desceram um pouco e alugámos dois aquecedores a gás para espaços exteriores.

O Hugo foi dormir ao hotel na noite antes e diz que não se esquece da imagem do nosso dj a fazer a montagem das luzes e elas só abananarem por força do vento que se fazia sentir e das árvores que por sua vez também não paravam quietas. Optou por não me ligar e não me dizer absolutamente nada.

Dia 8 de Setembro acordei minimente tranquila, apenas com a sensação de que algo maior me esperava. Preparei-me também no hotel, dizem que as noivas não conseguem comer nada, mas eu almocei na suite. Só quando desci para ir para a igreja, já um pouco depois das 15h percebi exactamente aquilo que ia acontecer. Enquanto caminhava pelo altar, de braço dado com o meu pai revi a minha vida toda ali naquele caminho, as pessoas que perdi e que não estavam ali. Só ali tomei verdadeiramente consciência daquilo a que me proponha, porque isto de casar pode ser muito giro e instragrável, mas trata-se de um compromisso que se espera que seja para a vida, com tudo o que isso acarreta. E quando finalmente cheguei até ao Hugo, que me esperava de forma completamente ansiosa, de olhos lavados em lágrimas percebi que a vida soube aquilo que fez connosco.

Já longe da tensão da cerimónia religiosa, foi tempo de curtir e rever amigos e família que já não víamos há demasiado tempo. A partir dali o nosso casamento foi verdadeiramente a festa do nosso amor partilhado com os nossos amigos e família mais próxima. E sabem que mais? Naquela noite não houve vento, a temperatura teve óptima e agradável. Vou mudar a frase desta história, mas no dia 08/09/2018 começou o nosso início de vida que tem tudo para ser feliz até sempre.